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quarta-feira, 18 de julho de 2018

The Post: A Guerra Secreta-


                                                                              


Nos filmes de Steven Spielberg há um elemento que pode ser definido como um diálogo com quem está do outro lado da tela, contendo informações da trama, partilhando os sentimentos dos personagens e permitindo a compreensão da mensagem transmitida.
Spielberg é um dos diretores mais fundamentados nessa relação (que se traduz no valor que o público dá ao cineasta) que foi muito bem utilizada em The Post: A Guerra Secreta.
O longa narra eventos reais, no final dos anos 1960, quando arquivos confidenciais que comprovavam déficit dos EUA na Guerra do Vietnã são expostos pela mídia americana e a Casa Branca proíbe que o New York Times divulgue o caso, promovendo a desconfiança na legitimidade da imprensa como um todo.
O filme acompanha a jornada dos participantes do The Washington Post que passam a buscar mais informações, ainda que a nova proprietária “confraternize” com políticos envolvidos no escândalo.
O roteiro de Liz Hannah e Josh Singer (responsável pelo texto de outro thriller jornalístico, Spotlight) elegem dois pontos de vista, a fim de, abrir um diálogo mais amplo sobre temas relevantes. The Post: A Guerra Secreta é contado através do ponto de vista de Ben Bradlee (Tom Hanks), redator-chefe do jornal que vê nesse conflito um possível grande passo na sua carreira, e pelos olhos de Kay Graham (Meryl Streep), que após anos vendo o jornal ser comandado por seu pai e depois por seu marido, agora tem o The Post sob seu comando, tendo que aprender a lidar com o jogo de interesses.
Os protagonistas, que representam a força e a responsabilidade midiática, que deve ter seus deveres preservados, independente de governos ou governados, tentam manter a responsabilidade com a verdade dos fatos e a liberdade de falar sobre eles; e também a mudança feminina dentro desse jogo jogado exclusivamente, na época, por homens.
Além de um bom thriller jornalístico, com tensão e suspense na medida exata, proclama uma mídia isenta em busca da verdade, no rompimento com um sistema que beneficie “a ou b” e que possa auxiliar na construção de uma democracia.
O sistema de imagens construído pelo diretor é muito eficiente nesse sentido, enquanto o público torce para que os jornalistas cheguem à fonte e a corrida contra o relógio termine na publicação da matéria, há a figura de um presidente distante e políticos fazendo lobby, como Bob McNamara, secretário de defesa que demonstra sua posição inabalável.
É essa mesma mensagem visual que faz de Kay Graham uma personagem interessante, num arco dramático e de representatividade bem definido. Ali há a mulher confortável na sociedade, mas que não possui espaço nas reuniões de seu próprio jornal. Ela sai da zona de conforto de um arranjo social para colocar seu jornal num patamar onde nunca esteve, sai do status que a diminui perante os homens de sua própria diretoria, ou de um acordo em que apressam a sua assinatura em um contrato, para um dos grandes nomes da mídia americana, num momento que se materializa quando Kay sai de um tribunal protagonizado por ela e ao fugir dos holofotes é iluminada pela luz cinematográfica em um espelho para uma geração que se desvencilha das convenções impostas em detrimento do comando.
Um thriller de época e uma narrativa de conscientização que torna a obra relevante e com precisão milimétrica.

Abraços Literários e até a próxima.



17 comentários:

  1. Oi Luli, bom dia!
    Não é meu tipo de leitura preferido, mas pela descrição de repente quem sabe né?
    Aproveitei p/trazer a marmitinha pq sempre depois da prosa vc esquece kk
    Beijão amiga e um maravilhoso e abençoado dia p/vcs

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  2. Luli, estou com esse filme na lista e ainda não consegui assistir. Adorei sua resenha, só me deixou ainda mais intrigada!

    Beijo!
    Cores do Vício

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  3. Oi Luli! Ler seus comentários, sempre super atenciosos, nas minhas postagens é sempre uma das melhores partes de blogar. Eu é que preciso agradecer muito sua companhia de sempre. Esse filme tem vários elementos que eu curto: a direção do Spielberg, ser baseados em fatos reais, falar sobre a mídia e ter tensão e suspense. Sem dúvidas entrou pra minha lista. Tenha um ótimo dia, beijos!

    Blog Paisagem de Janela
    www.paisagemdejanela.com

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  4. Luli o filme parece ser incrível gostei muito da resenha do filme aina não assisti mas já quero assistir, bjs.
    http://www.lucimarmoreira.com/

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  5. Esse é o tipo de filme que não me atrai muito... mas ao mesmo tempo eu penso que se começar a assistir eu vou me interessar.

    Adorei tua resenha como sempre viu dona Luli ;)

    Beijo !

    | Afonso Padilha . Detalhadamente - Instagram |

    | O Blog Que Não é Blog - Instagram |

    | Uni Colorato - Instagram |

    | O Blog Que Não é Blog |

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  6. Não vi o filme, ainda. Mas vi o Documentário que postei aqui, em fevereiro/2018, sobre esse Diretor do Washington Post Ben Bradlee, muito bem representado pelo Tom Hanks (ja vi trailler).
    Tem tudo para ser um belo filme.
    Mas ter visto o Documentário do HBO foi sensacional.

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  7. Gosto bastante de filmes sobre investigação jornalística, como o ótimo "Spotlight".

    Este "The Post" é interessante, mas entendo que fica uma pouco cansativo pela longa discussão entre publicar ou não a reportagem.

    Pelos envolvidos, acredito que o filme poderia ser ainda melhor.

    Bjos

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  8. Não tinha ouvido ainda falar no filme, mas amei sua resenha e despertou meu interesse na historia.
    Além de que um filme com a direção do Steven Spielberg, com atores como Tom Hanks e Meryl Streep não tem como não amar.
    O filme tem tudo para me prender, por ser um filme de época e mostrar a luta da mulher para se impor na sociedade.
    Como você disse tem tensão e suspense na dose certa, já amei!

    Bjinhos,
    www.prosaamiga.com.br

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  9. eu assisti esse filme perto da oscar e achei muito interessante esses bastidores da manipulação da informação, bacana a indicação

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido
    www.instagram.com/liviaalli

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  10. deve ser ótimo com esse elenco!! Amo o Tom e a Meryl!

    xoxo
    Guria do Século Passado

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  11. Queria muito ver esse filme e acabei deixando de lado...Tenho que me organizar pra ver. Adorei a postagem!!! bjssssss

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  12. Adorei sua resenha!
    Você realmente capturou o espirito do filme, eu sou suspeita para falar de Steven Spielberg ele sempre surpreende nos menores detalhes.
    Toda vez que vejo lançamento de filme dele mais que depressa já vou no cinema assistir, porque sempre gosto da simplicidade e inteligencia que ele cativa o publico com os filmes.
    A atuação de Meryl Streep fou demais nessa filme, centrada e ela realmente encarnou o personagem, deu voz e poder a mulher sendo feminina e idealista ao mesmo tempo.
    Só não ganhou Oscar de melhor filme porque Forma Dagua foi algo surreal (tava torcendo p/ forma dagua) rsrsrs
    Beijos literários,

    Amanda

    www.depoisderoma.blogspot.com.br

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  13. Olá luli, gosto muito quando você faz indicações de filme aqui no blog *_* eu ainda não assisti esse, mas pela sua resenha parece ser bastante interessante, já entrou para a minha listinha ^^

    bjs

    Ariadne ♥
    www.devoltaaoretro.com.br

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  14. não li em detalhes pq quero muito ver esse filme. beijos, pedrita

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  15. Hello, minha linda Luli!
    Esse filme estava na minha lista e com essa bela resenha fiquei com mais vontade de assisti-lo, além do elenco que é maravilhoso!

    Beijinhos no seu ♥
    Andréa

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  16. Sabe que não me senti atraída ainda pra ver esse filme? A história me aprece boa, mas ultimamente poucos filmes têm me chamado a atenção.

    Beijos/Kisses.

    Anete Oliveira
    Blog Coisitas e Coisinhas
    Fanpage
    Instagram

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  17. Definitivamente um dos melhores filmes deste ano! Eu também achei uma obra incrível de Steven Spielberg. Quando vi o trailer imaginei que seria um grande filme. The Post ultrapassou as minhas expectativas. Acho que é um dos filmes com Meryl Streep com uma melhor direcao. Steven adaptou a história de uma maneira impressionante, colocando como evidencia que era o diretor indicado de The Post. É uma historia cheia de incríveis personagens e cenas excelentes.

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